sexta-feira, 14 de agosto de 2009

COMO DEVEMOS CUIDAR DO LIVRO?



Os livros que já estiverem velhinhos devem ser encapados e restaurados. Que tal escolher alguns papéis bem legais e cuidar dos seus livros agora?

PARA REFLETIR...



Que relação podemos fazer entre essa imagem e nosso cotidiano?

O MENINO MALUQUINHO




Era uma vez um menino maluquinho. Ele tinha o olho maior que a barriga, tinha fogo no rabo, tinha vento nos pés, umas pernas enormes (que davam para abraçar o mundo) e macaquinhos no sótão (embora nem soubesse o que significava macaquinhos no sótão).
Ele era um menino impossível! A melhor coisa do mundo na casa do menino maluquinho era quando ele voltava da escola. A pasta e os livros chegavam sempre primeiro voando na frente. Um dia no fim de ano o menino maluquinho chegou em casa com uma bomba:
“- Mamãe, ‘tou’ aí com uma bomba!”
”- Meu neto é um subversivo!” gritou o avô.
“- Ele vai matar o gato!” disse a avó.
“- Tira esse negócio daí!” falou – de novo – a babá.
Mas ai o menino explicou: “- A bomba já explodiu, gente. Lá no colégio.”
“- Esse menino é maluquinho!” falou o pai, aliviado. E foi conferir o boletim
Esse susto não era nada tinha outros que ele pregava. Às vezes sem qualquer ordem do papai e da mamãe se trancava lá no quarto e estudava e estudava e voltava do colégio com as provas terminadas tinha dez no boletim que não acabava mais. Ele dizia aos pais cheio de contentamento: “- Só tem um zerinho aí. Num tal de comportamento!”
A pipa que o menino maluquinho soltava era a mais maluca de todas, radeava lá no céu, rodopiava adoidado, caía de ponta cabeça, dava tranco e cabeçada e sua linha cortava mais que o afiado cerol.
E a pipa quem fazia era mesmo o menininho, pois ele havia aprendido a amarrar linha e taquara, a colar papel de seda e fazer com polvilho o grude para colar a pipa triangular, como o papai lhe ensinara do jeito que havia aprendido com o pai e o pai do pai
do papai.
Era preciso ver o menino maluquinho na casa da vovó!
Ele deitava e rolava, pintava e bordava e se empanturrava de bolo e cocada. E ria
com a boca cheia e dormia cansado no colo da vovó, suspirando de alegria. E a vovó dizia:
"Esse meu neto é tão maluquinho".
O menino maluquinho tinha dez namoradas! Ele era um namorado formidável, que desenhava corações nos troncos das árvores, fazia versinhos e fazia canções.
E se escalavrava nos paralelepípedos e rasgava os fundilhos no arame da cerca e tinha tanto esparadrapo nas canelas e nos cotovelos e tanta bandagem na volta das férias que todo ano ganhava dos colegas no colégio o apelido de Múmia.
E chorava escondido se tinha tristezas.
O menino maluquinho tinha lá os seus segredos e nunca ninguém sabia os segredos que ele tinha (pois segredo é justo assim). Tinha uns mais segredáveis. E outros que eram
menos.
O menino maluquinho jogava futebol. E toda a turma ficava esperando ele chegar pra começar o jogo. É que o time era cheio de craques e ninguém queria ficar no gol. Só o menino maluquinho que dizia sempre: "Deixa comigo!" E ia rindo pro gol
para o jogo começar.
E o menino maluquinho voava na bola e caía de lado, e caía de frente e caía de pernas pro ar e caía de bunda no chão. E a torcida ria e gostava de ver a alegria daquele goleiro.
E todos diziam: "Que goleiro maluquinho!"
E aí, o tempo passou. E, como todo mundo, o menino maluquinho cresceu. Cresceu e virou um cara legal! Aliás, virou o cara mais legal do mundo! Mas, um cara legal, mesmo!

E foi aí que todo mundo descobriu que ele não tinha sido um menino maluquinho, ele tinha sido era um menino feliz!
ZIRALDO